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domingo, 10 de julho de 2011

Kardecismo x Umbanda

O médium na Umbanda é chamado de cavalo porque o espírito toma seu mental e também o corpo, diferente do kardecismo que o espírito toma só o mental do médium.

Sempre digo que o kardecismo é muito mais tolerante que a Umbanda. Na mesa um espírito incorpora, deixa uma linda mensagem de amor ou de advertência para os perigos mundanos sem a necessidade de dizer seu nome. Na umbanda ele tem que incorporar no ponto de chamada, com a tipicidade da linha (caboclo, preto-velho ou criança), cumprir todas as ordens da hierarquia do terreiro, riscar o seu ponto individual, beber, fumar e dar seu nome, correndo o risco de, se não cumprir tudo, ser chamada a sua atenção. Claro que tudo será feito com cautela e tempo de treinamento. Para chegar a isso, o médium passa uma dificuldade de saber o que fazer dentro do terreiro. Ele está incorporado com o orixá, sentindo toda sua energia, mas ainda falta muito para dar o passo certo como cavalo bem domado, chegando mesmo em alguns momentos achar que o espírito se afastou, fato explicado pelo impulso mental do médium. Nessa parte quero chamar a atenção de um fato de grande importância. Dificilmente um médium é sonâmbulo (ou inconsciente, como alguns dizem), sendo o mais comum o médium consciente, aquele que sabe o que está acontecendo mas não tem o controle das palavras e dos gestos. É o que chamamos de terceira.Vejam como funciona: existe uma fusão do espírito do médium com o espírito comunicante, criando-se uma terceira energia. Gosto de dar exemplos. O café e o leite, separados, são puros. Misturados criam uma terceira bebida, podendo ser mais preto ou mais branco, conforme a quantidade das bebidas. Mas sempre, a união de ambos, terá uma terceira qualidade. É impossível a comunicação pura do espírito. O importante é a presença do espírito, com maior ou menor intensidade. Voltando ao médium perdido no terreiro, o seu impulso inicial é procurar alguém para lhe dar um passe ou tocar em sua testa. Muitos dirigentes não gostam desse procedimento e inibem o espírito de fazer isso, o que é um erro porque, talvez até mais que o próprio dirigente, é o espírito quem quer o desenvolvimento de seu cavalo escolhido. Recomendo para minha hierarquia deixar que isso aconteça, sem exageros, é claro. Com o decorrer do tempo esse médium ganha um charuto, cachimbo ou cigarro de palha, conforme a entidade, e é quando ele começa a se acalmar, até procurar um lugar para sentar. Daí para riscar o ponto é bem mais rápido. Quero anotar aqui, para conhecimento dos médiuns em desenvolvimento, alguns erros que atrapalham bastante a evolução da mediunidade: 

  • não procurar, sob nenhuma hipótese, tentar adivinhar o nome do espírito; 
  • não querer riscar o ponto sem antes estar bem assentado com a entidade; 
  • não tentar dar avisos e recomendações a ninguém; 
  • não ter ciúmes do espírito e não pensar que ele é seu, porque espírito não tem dono.
  • 1 - É comum o médium incorporado procurar um amigo seu para lhe dar um passe ou falar com ele, e isso não invalida a incorporação e não quer dizer que foi o médium que procurou e não o espírito, principalmente porque a entidade sabendo das dificuldades de seu cavalo tenta de todas as formas facilitar a incorporação. Alguém já me perguntou como o espírito sabe que a pessoa é amiga do médium. Respondi convicto: mais do que o guia ninguém conhece tanto os amigos de seu protegido.
  • 2 - É fundamental ao médium confiar nos dirigentes do terreiro. Incorporem que as pessoas responsáveis estão lhe cuidando. Eu na primeira vez que fui ao terreiro da Umbanda, senti a incorporação e saí dando passes para o ar e quase caí dentro do Congá. Meu pai-de-santo carinhosamente ajudou-me a levantar e disse: você não está na mesa kardecista, e sim em um Terreiro de Umbanda. Com o tempo você aprende. E eu tinha vinte e cinco anos de experiência, o que me fez responder ao pai-de-santo: estou nas suas mãos, vou esquecer momentaneamente tudo que sei do espiritismo. E foi o que fiz, sem nenhum arrependimento. Fazia, sem questionar, tudo que o pai-de-santo mandava.

Um comentário:

  1. BOM DIA!! A UMBANDA SE DIVERSIFICOU MUITO DESDE A SUA FUNDAÇÃO. EXISTEM TERREIROS QUE SÃO MENOS EXIGENTES DO QUE CENTROS CARDECISTAS. EM ALGUNS TERREIROS NÃO SE RISCA PONTO COM FREQUENCIA. FREQUENTEI CENTRO CARDECISTA JUNTAMENTE COM TERREIROS DE UMBANDA É POSSO AFIRMAR QUE RECEBI AJUDA DE AMBOS SIMUNTANEAMENTE. FUI CONVIDADO NA ÉPOCA PARA IR AO TERREIRO E AO CENTRO NA MESMA SEMANA. QUANDO CHEGUEI AO CENTRO CARDECISTA, DISSE A ELES QUE RECEBI UM CONVITE PARA IR A UM TERREIRO DE UMBANDA. ELES ME DISSEREAM O SEGUINTE: _ OS CAMINHOS PODEM SER DIFERENTES, MAS O LEVARÃO AO MESMO LUGAR. JÁ NO TERREIRO, NUNCA FUI PROIBIDO DE IR AO CENTRO. UMA VEZ FUI INFORMADO NO TERREIRO QUE UMAS DAS ENTIDADES QUE IMPOTUNAVA (EU ACHO) MINHA FAMILIA OPTOU POR FICAR NO CENTRO CARDECISTA. ACREDITO QUE A UMBANDA SURGIU PARA MISTURAR TUDO QUE É NECESSARIO PARA O CRESCIMENTO ESPIRITUAL DO SER HUMANO. A ENTRADA DOS BOIADEIROS, ORIENTAIS, INDIANOS E PROVA CONCRETA DISSO, NO MEU ENTENDIMENTO É CLARO. TANTO QUE EXISTEM PRETOS VELHOS COM NOMES DE ALAN CARDEK E BEZERRA DE MENEZES ENTRE OUTROS. EU LOUVO SUA ATITUDE DE DIVULGAR SUA EXPERIÊNCIA, POIS ACHO ESTA TROCA DE INFORMAÇÃO AJUDA EM NOSSO ENTENDIMENTO. ENTRTETANTO DEUS NOS DEU O LIVRE ARBITRIO, E EXISTEM DIVERSOS CAMINHOS PRA SE CHEGAR AO MESMO LUGAR. NUNCA SABEREMOS TUDO. SOMOS CRIANÇAS ESPIRITUAIS.
    PARABÉNS PELA PÁGINA.
    ALGUNS LIVROS PARA ELUCIDAÇÃO:
    “FALANDO FRANCAMENTE” DO ESPIRITO KLAUS
    “ARUNADA” DE ROBISOM PINHEIRO;
    “TAMBORES DE ANGOLA” DE ROBISOM PINHEIRO;
    “LEGIÃO” DE ROBISOM PINHEIRO;
    “O DEUS DE CADA UM” DE WALDEMAR FALCÃO
    “PAI JOÃO” DE ROBISOM PINHEIRO
    “TRILHAS DA LIBERTAÇÃO” DE DIVALDO P. FRANCO
    GRANDE ABRAÇO.

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