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domingo, 31 de julho de 2011

O Que temos feito ?

Tem sido cada vez mais recorrente as notícias sobre casos de intolerância religiosa. São leis impedindo determinados ritos, policiais invadindo terreiros, entre outras situações. Em nosso cotidiano percebemos, por diversas vezes, uso pejorativo de alguns termos da Umbanda. 

Referem-se a Exu, com sinônimo de coisa ruim. A macumba como coisa do mal, a pais de santos como charlatães. Recentemente, passou na televisão uma matéria sobre a existência de vida pós-morte, que foi gravada no Santuário Nacional da Umbanda. Neste programa, médiuns incorporados foi motivo de chacota e o tom foi desacreditar o que estava acontecendo.

Embora o programa fosse de comédia, considero que o assunto poderia ter sido tratado de forma mais respeitosa, como o foi com as outras religiões consultadas. Comentando a matéria da televisão, Alexandre Cumino disse: “Mas a culpa é nossa também, que muitas vezes ocultamos a identidade de Umbandista e ficamos sempre calados quando nos desrespeitam”.

A Umbanda é linda e merece respeito, mesmo por aqueles que não são umbandistas. Não vemos notícias sobre invasão de Igrejas ou Templos, por que o respeito pelo sagrado ali já está consolidado. E a reflexão que deixo é: o que cada um de nós (médiuns, simpatizantes, assistência) temos feito em nosso cotidiano para consolidar a Umbanda enquanto religião e, portanto, sagrada?

Sabe-se que mesmo em nosso meio, também há desconhecimento do que se faz durante os trabalhos num Terreiro. Alguns médiuns não sabem por que se bate cabeça, por que o Guia fuma e bebe? Por que se risca um ponto? Por que se acende uma vela e o que é e para que serve uma oferenda? A Umbanda evoluiu. Dizer que o Guia sabe tudo e que o médium não precisa fazer nada já nãoserve mais. Os médiuns precisam sair do comodismo e buscar conhecimento.

Vai um apelo a todos: estudem, entendam o que vocês estão fazendo e saibam defender a Umbanda quando alguém ofender alguns de nossos fundamentos. E, principalmente, assumam a Umbanda como religião e não apenas como um lugar para buscar socorro quando se precisa.
Além disso, o conhecimento pode dar um upgrade nas nossas relações com os Guias. Tem uma história e vou pedindo licença ao meu amigo Walter para contá-la. Em todos os seus atendimentos mediúnicos, o Guia receitava banho de arruda, e ele entendia boldo. Falava em chá de camomila, ele entendia boldo. Tudo para ele era boldo. Na sua insegurança, ele indicava aquilo que era do seu conhecimento, afinal uma erva de Pai Oxalá não faria mal a ninguém. 

Até que ele foi levado pela Espiritualidade a fazer um curso de ervas e ele passou a entender o que precisava ser feito. Quer dizer, o Guia sabia o que estava fazendo, mas ele não entendia, pois ainda não possuía o conhecimento necessário para traduzir exatamente o que o Guia queria dizer. E por experiência própria posso dizer que a gente só ama o que conhece. A cada dia que passa; a cada nova informação, tenho certeza que estou no lugar certo. Sinto-me
abençoada e acolhida pela luz dos Sagrados Orixás. Emociono-me com a humildade dos guias e com as lições de amor do Preto Velho, aprendo com as chacoalhadas dos amigos
Exus. Isto tudo me dá a certeza de que tudo está no caminho certo e que a mão de nosso
Pai Olorum está em tudo e todos.

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