Umbanda para todos

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domingo, 31 de julho de 2011

O Que temos feito ?

Tem sido cada vez mais recorrente as notícias sobre casos de intolerância religiosa. São leis impedindo determinados ritos, policiais invadindo terreiros, entre outras situações. Em nosso cotidiano percebemos, por diversas vezes, uso pejorativo de alguns termos da Umbanda. 

Referem-se a Exu, com sinônimo de coisa ruim. A macumba como coisa do mal, a pais de santos como charlatães. Recentemente, passou na televisão uma matéria sobre a existência de vida pós-morte, que foi gravada no Santuário Nacional da Umbanda. Neste programa, médiuns incorporados foi motivo de chacota e o tom foi desacreditar o que estava acontecendo.

Embora o programa fosse de comédia, considero que o assunto poderia ter sido tratado de forma mais respeitosa, como o foi com as outras religiões consultadas. Comentando a matéria da televisão, Alexandre Cumino disse: “Mas a culpa é nossa também, que muitas vezes ocultamos a identidade de Umbandista e ficamos sempre calados quando nos desrespeitam”.

A Umbanda é linda e merece respeito, mesmo por aqueles que não são umbandistas. Não vemos notícias sobre invasão de Igrejas ou Templos, por que o respeito pelo sagrado ali já está consolidado. E a reflexão que deixo é: o que cada um de nós (médiuns, simpatizantes, assistência) temos feito em nosso cotidiano para consolidar a Umbanda enquanto religião e, portanto, sagrada?

Sabe-se que mesmo em nosso meio, também há desconhecimento do que se faz durante os trabalhos num Terreiro. Alguns médiuns não sabem por que se bate cabeça, por que o Guia fuma e bebe? Por que se risca um ponto? Por que se acende uma vela e o que é e para que serve uma oferenda? A Umbanda evoluiu. Dizer que o Guia sabe tudo e que o médium não precisa fazer nada já nãoserve mais. Os médiuns precisam sair do comodismo e buscar conhecimento.

Vai um apelo a todos: estudem, entendam o que vocês estão fazendo e saibam defender a Umbanda quando alguém ofender alguns de nossos fundamentos. E, principalmente, assumam a Umbanda como religião e não apenas como um lugar para buscar socorro quando se precisa.
Além disso, o conhecimento pode dar um upgrade nas nossas relações com os Guias. Tem uma história e vou pedindo licença ao meu amigo Walter para contá-la. Em todos os seus atendimentos mediúnicos, o Guia receitava banho de arruda, e ele entendia boldo. Falava em chá de camomila, ele entendia boldo. Tudo para ele era boldo. Na sua insegurança, ele indicava aquilo que era do seu conhecimento, afinal uma erva de Pai Oxalá não faria mal a ninguém. 

Até que ele foi levado pela Espiritualidade a fazer um curso de ervas e ele passou a entender o que precisava ser feito. Quer dizer, o Guia sabia o que estava fazendo, mas ele não entendia, pois ainda não possuía o conhecimento necessário para traduzir exatamente o que o Guia queria dizer. E por experiência própria posso dizer que a gente só ama o que conhece. A cada dia que passa; a cada nova informação, tenho certeza que estou no lugar certo. Sinto-me
abençoada e acolhida pela luz dos Sagrados Orixás. Emociono-me com a humildade dos guias e com as lições de amor do Preto Velho, aprendo com as chacoalhadas dos amigos
Exus. Isto tudo me dá a certeza de que tudo está no caminho certo e que a mão de nosso
Pai Olorum está em tudo e todos.

Moral Mediúnica


“... Se és candidato à mediunidade, se palpita em teus sentimentos a vontade de servir de instrumento à comunicação dos espíritos, analisa quem és para saberes com quem haverás de te comunicar. A mediunidade não depende de qualidades humanas para existir na sua função natural. No entanto, há leis que asseguram a sua posição, no campo em que opera. O médium pode transmitir mensagens de alto teor educativo e científico em favor da humanidade, como também servir de canal para espíritos zombeteiros e pseudo-sábios. Essa variação está na dependência de como o médium leva sua vida, seus sentimentos e as condições espirituais que vibram em seu coração. É necessário ter compreensão do objetivo do seu mandato e trilhar os caminhos que a ordem e a
moralidade impõem, numa vida pautada nas diretrizes da luz espiritual. “O candidato a médium deve suprimir da sua mente toda a ordem de vaidade, todo tipo de impulso que o leva para o orgulho e a prepotência, sempre se esquecendo das ofensas recebidas...” João Nunes Maia pelo Espírito de Miramez – Livro Segurança Mediúnica


Temos presenciado a ânsia de vários médiuns iniciantes em dar passividade e receber entidades, sem antes se perguntarem se estão preparados para tal tarefa. Vemos muitos deslumbrados e orgulhosos das suas faculdades mediúnicas, achando que são imprescindíveis num trabalho mediúnico. O médium antes de tudo precisa ser uma pessoa estudiosa das coisas espirituais para que possa entender os fenômenos que se operam no seu aparelho mediúnico. O medianeiro precisa ter certeza das escolhas que está fazendo no campo da mediunidade e acima de tudo precisa ter humildade. A mediunidade é um empréstimo do alto a todo aquele que se viu imbuído de uma missão espiritual e que poderá servir de intermediário entre o plano material e espiritual.


Mas isso meus irmãos, em nenhum momento pode ser ou tema de vaidade e orgulho por parte dos médiuns. Somente eles são. Médiuns esses eventos, enfim, a partir da edição de Janeiro estaremos que entrando em desequilíbrio, baixam a sua freqüência com o jornal em 3 idiomas, vibratória e abrem o seu campo mediúnico para que disponível para Download, espíritos pseudo-sábios e vibrando no mesmo diapasão que consulta ou somente leitura, através do menu Leia o Jornal o médium vaidoso passa a dar comunicação e ainda passam a
Quanto maior a vaidade menos servil ao intercâmbio com os espíritos.


Bem aventurados os simples porque herdarão a terra, bem aventurados os puros porque verão a Deus. Irmãos vos lembrem das palavras do Cristo: muitos serão chamados, mas poucos os escolhidos. Para servirdes a espiritualidade vossa vida precisa ser limpa e honesta em todos os sentidos. Não podeis servir a Deus e a Mamom... Ou havereis de agradar um e desagradar o outro... Irmãos, pensem... Meditai... Como nos serviremos de vasos quebrados, sujos e sem
condições de uso. Portanto irmãos vede desde vossa tenra idade, a necessidade de vos
resguardais dos vícios, do sexo desenfreado, dos pensamentos libidinosos, pois onde estiver o
vosso tesouro ai também estará o vosso coração.
Não vos esqueçais que o Espírito de Deus habita em vós, e nós para levarmos a consolação
a esse mundo de duras provas, precisamos de médiuns conscientes da sua missão e revestidos
com grande humildade.
Irmãos, muitos de vós ainda quereis receber a comunicação de espíritos de alta
envergadura, muitas vezes invejais as comunicações de vosso próximo sem vos perguntardes se
vivestes como aquele irmão viveu. Se fordes provados como ele foi, se sorveu o cálice amargo
que o mesmo já sorveu. Mas apenas quereis ter e não ser. Irmãos muitos de vós não aceitais que
para que possamos nos aproximar precisais estar em condições morais e espirituais e o vosso
passado ainda pesa em vossos ombros, portanto buscai a reforma interna, transformai defeitos
em virtudes, e para entenderdes melhor seu irmão lede a respeito das leis universais da lei de
vibração, da lei do ritmo, da lei da sincronicidade, e da polaridade, estudai irmãos, busquem o
entendimento o conhecimento, e sede coerentes com a missão espiritual que de sois portadores.
Portanto irmãos vivam na luz, para a luz e pela luz!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Fundamentos da umbanda

Um Deus único e superior


Deus é um ENTE indefinível, primitivo, conceituado pela mente que admite. Definir Deus é dar-lhe atributos antopomórticos. Em nossa humanidade dividida encontramos: Os "Teistas", que aceitam Deus e estão distribuídos em:
Esotéricamente, Deus é um "ENTE CÓSMICO", que em sua atividade se exterioriza sob três aspectos distintos, que são harmônicos e simultâneos.
É o fenômeno da "Unidade na Trindade, e a Trindade na Unidade", que se desdobra nos "Sete Espíritos Governantes Cósmicos"e que são os Sete Òrìxàs Maiores, os Sete Mundos.
A Umbanda e Monoteísta, admitindo Deus Uno e Trino, e sua conseqüência Septenária e, somente Ele é passível de adoração, por abstração, sem representação, nem mesmo por símbolos.


PLURALIDADE DOS MUNDOS


A doutrina da pluralidade dos mundos é, atualmente, de caráter quase universal. Todavia, nem sempre foi assim, pois muitas das filosofias e religiões, que ainda hoje existem, afirmavam a sua unidade, cujo centro seria a nossa "acanhada" Terra. Com a evolução do entendimento filosófico e as conquistas da ciência, os conceitos também progrediram e, hoje, nas elites pensantes do planeta, discute-se a habilidade de seres em outros mundos físicos, os seus aspectos e os seus graus de inteligência. A Umbanda, nitidamente evolutiva, para ser redundante, conclama com a "ciência acadêmica"a pluralidade física dos mundos - mundos da forma - e, com a ciência esotérica aceita a sua pluralidade hiper e infra-física. Quanto a forma, a ciência atual costuma classificar os Cosmos, em "quatro ordens de universos":
  1. O de primeira ordem, que é o constituído pelo nosso "Sistema Solar", ou por sistema análogos em outras estrelas que não o "Sol"e, em cada galáxia (com seus planetas, satélites, cometas, asteróides, meteoritos e poeiras);
  2. O universo de segunda ordem, é aquele de cada galáxia semelhante a nossa Via Láctea. É, pois, constituído por miríades de estrelas e suas coortes de astros;
  3. O de terceira ordem, é o dos cúmulos de galáxias ou hipergaláxias;
  4. O universo de quarta ordem, é formado pelos cúmulos do hipergaláxias. Assim. O Cosmos é o conjunto de universos, implicando na noção de "Cosmos Finito"como já o afirmava "Finstein"e, para acentuar a noção compreenda-se sua expansibilidade.
O Cosmos, na pluralidade dos mundos, é "Finito" e está em "Expansão no Espaço" através do "Tempo". A Umbanda entende a pluralidade dos mundos, partindo da compreensão de "Deus como o Absoluto", por existir, independentemente de qualquer condição, sem atributos, nem limites.
  1. Primeiro plano Cósmico: No entanto, partindo do conceito de "Espaço Total", conjunto de mundos e, de "Tempo Total", por correspondência e abstração, depreende-se uma relação, "Um Ente Deus".
  2. Segundo plano Cósmico: A Divindade Cósmica, passando pela Trindade se desdobra em "Sete Universos".
  3. Terceiro plano Cósmico: Cada um destes Sete Universos, com sua Divindade Regente trina, também é septenária, formando, por sua vez, Sete Universos.
  4. Quarto plano Cósmico: Estes universos, com seu Regente Divino, se desdobram em sete universos de quarta ordem, como os denomina a ciência acadêmica, na "Unidade e na Trindade".
  5. Quinto plano Cósmico: Segue-se, a condensação dos universos de quarta ordem, em sete universos de terceira ordem.
  6. Sexto plano Cósmico: Cada um dos sete universos de terceira ordem se desdobram, depois do Uno-Tríplice, em outros sete universos de segunda ordem.
  7. Sétimo plano Cósmico: Os universos de segunda ordem, transformam-se, na decida para a matéria, em sete universos de primeira ordem, ou sistemas solares que são os de maior densidade e de maior extensão.
Estamos na presença do nosso Universo! O sistema Solar, com sua cadeia de planetas, que esotéricamente são sete, considerando-se o satélite da Terra, a Lua, como tal e, formando, assim, "Sete Planos", que são:
  1. Mahaparanirvánico, Adi ou Mundo de Deus;
  2. Paranirvánico, Anupadaka ou Mundo dos Espíritos Virgens;
  3. Nirvánico ou Atímico ou Mundo do Espírito Divino;
  4. Buddhico, Intucional ou Mundo do Espírito da Vida;
  5. Mental, dos Pensamentos;
  6. Astral, dos Desejos, Emocional;
  7. Físico, Material.
O primeiro plano, o ADI, é o da Atividade Divina. O segundo e o Terceiro. São os campos da evolução Hiper-Humana, enquanto que Mental, Astral e o Físico, são evolução humana e os mais conhecidos pelas religiões e filosofias antigas. Assim, o Plano Mental corresponde ao Céu ou Paraíso de certas religiões Cristãs, para os muçulmanos e judeus; aos Campos Elíseos dos Gregos, e ao Devacam dos Hindus. Nota-se que estes planos, não são como prateleiras, um em cima do outro, mas também "Interpenetrantes", cuja penetração é do mais evoluído ao menos evoluído, do primeiro ao sétimo e todos formados por matéria universal, que se gradua de mais densa a menos densa. Sendo a menos densa, a do primeiro plano e, devido a interpenetração dos planos, que se dá a Deus, o atributo de "Onipresença".


OS CORPOS DO HOMEM - ESPÍRITO


A constituição do ENTE HUMANO, depende do plano de observação em que se coloque o estudioso e, por isso, o Homem poderá ter um, dois, três sete e até dez corpos distintos ou veículos.
  1. O Homem Uno
    • Materialistas: Ao contemplar o Homem, com os sentidos ou com instrumentos que o amplie, de imediato, ressalta, através de suas particularidades físicas e fisiológicas, como sendo este, constituído de matéria do Mundo Físico, e aqueles, que assim se situam, são os que militam na Escola Materialista e afirmam que o Homem é Uno, apenas composto de elementos químicos, que ao se combinarem formam o seu Corpo Físico e, portanto, o homem seria: "Uno. Somente Matéria, com um só corpo: O Corpo Físico. Nota-se: Hoje, não se fala em termos de matéria, e sim, em energia, campos energéticos e níveis de energia. Entretanto, esta Escola mantem, ainda, a sua denominação, talves por tradição.
    • Espiritualistas Unilateralistas: Os pertencentes a esta Escola Filosófica, com muito poucos adeptos, dizem que o homem é matéria somente na "aparência", mas, que de fato, o que há é um erro de observação ou falta de apuramento de nossos sentidos físicos e que, na verdade, o Homem é Somente Espírito. Esta corrente, que é espiritualista, difere apenas da materialista, por troca dos termos, ou seja, onde se diz matéria, se diz espírito, e nunca na essência do conceito e, portanto, o Homem seria:
    Uno e, Somente Espírito, com um só corpo: O Espírito
  2. O homem Dual
  3. Algumas correntes espiritualistas, como a dos Católicos e Protestantes, aceitam o Homem como constituído de um "Corpo Físico" onde habita, e um "Corpo Espiritual, o Espírito", pertencente a um "Mundo Espiritual, o hiper-físico e, portanto, o Homem seria "DUAL", formado por dois corpos:
    ESPÍRITO - MATÉRIA - CORPO FÍSICO
  4. O HOMEM TRINO
  5. O Homem Heptenário
  6. O Homem Decenário

O ESPÍRITO

Todas as correntes de pensamentos, a não ser as materialistas, são acordes, que no Homem há um "Espírito". A Umbanda segue a recíproca de Hermes - "Como em baixo assim é em cima", - "Assim como é o "Microcosmos é o Macrocosmos". A Gênese ( primeiro, v.26) diz: "O Homem foi feito à imagem e semelhança" de seu Criador. Embora seja uma afirmativa pretensiosa, o termo semelhança deixa uma distância incomensurável, podendo ser aceito com restrição e, então, como Deus, o Homem Trino em sua atividade, e Septenário em seu Universo. O Homem é uma "Consciência Encarnada" em um Universo Mutável ( os seus corpos mortais), onde se manifesta trinamente como: "Vontade - Amor - Inteligência". A Umbanda aceita o "Espírito Uno e Trino"em seu Universo Septenário na pluralidade dos Corpos do Homem.


  1. IMORTALIDADE
  2. MANIFESTAÇÃO DO ESPÍRITO
  3. A REENCARNAÇÃO

PLURALIDADE DAS ENTIDADES ESPIRITUAIS


É conceito firmado em quase todas as Religiões, a existência de Entidades Espirituais, umas acima e outras abaixo, da escala evolutiva do Homem. Há nessa cadeia, Entidades Sublimes, pelas suas perfeições, que formam uma verdadeira Hierarquia Espiritual, que cuidam e guiam a evolução de "Entes" em estágios inferiores aos seus. Para nosso estudo, entende-se como 'Entidades Espiritual", todo o "Ente"que não mais possua seu Corpo Físico, ou que nunca o teve. Classifica-las, ordena-las, é tarefa muito difícil por sua complexidade, porém, como cunho didático, salvo melhor, é satisfatória a que segue:
  • ENTIDADES ESPIRITUAL HUMANA COM ÊGO-"EGUM
"
  • ENTIDADE HUMANA SEM ÊGO
    1. SOMBRAS: Compreenda-se por "sombras", as entidades espirituais, não mais animadas pelo Êgo Superior, mas, que por falta de libertação, o seu Êgo inferior não foi absorvido totalmente, ficando, pois, este "Ente Hiper-Físico" vitalizado, apenas, por seu reflexo. Estes Entes Espirituais não tem consciência de si mesmo como "Personalidade", pois, na sua inteligência limitada, "supõem-se ser o indivíduo de que fez parte, transitoriamente, como um de seus corpos". A duração de uma "Sombra", como entidade independente, vária com a intensidade do Espírito Inferior do indivíduo que o animava, mas vai diminuindo, lentamente, em sua atividade inteligente até reduzir-se a atos instintivos. Prestam-se, estas "Sombras", para as mistificações freqüentes em reuniões Espíritas, bem como, por suas tendências más já que lhes restam só o Corpo Emocional, por serem Entidades do Astral, para operações de "Magia Negras".
    2. INVÓLUCROS OU CASCÕES: O invólucro é um cadáver do plano que pertence. É o que resta, no plano, daquilo que foi veículo do Espírito, em sua fase última de desintegração, ou melhor, quando os estão abandonando as últimas partículas do plano imediatamente superior e, quase sempre, "é o que resta do que foi uma "Sombra". Mas, o Cascão, ao contrário da Sombra, não tem consciência e inteligência de qualquer espécie, vagueiam, por assim dizer, em correntes no plano que pertencem . Acontece, porém, que quando entram no campo de atração de um "médium", reproduzem as expressões e até mesmo a letra daquele que serviu como um dos seus corpos. Mas, são atos automáticos, que devido a qualquer excitação, tendem a repetir, mecanicamente, os movimentos habituais. Às vezes, achamos inteligência nos "Cascões", que de fato a tem, mas, não sí próprio, como poderia parecer à primeira vista e, sim, provenientes do "médium" que o aciona ou das Entidades com Êgo Superior, que lhes emprestam a inteligência, por momentos. Os invólucros podem ser vitalizados, quer por pensamentos humanos, quer por Entidades Espirituais. Em geral, esta vitalização visa o mal, pois são de fácil manejo e servem como ação na Magia do Vood e do Obeah . No entanto, sua vitalização pode ser para o bem, quando utilizada como roupagem de Entidades Espirituais Superiores. A sua conservação, principalmente, no plano Astral, feita artificialmente, é Lícita, quando para fins benéficos, mas, requer conhecimentos de "Umbanda Esotérica".
    3. CORPO ETÉREO OU VITAL: Como o "Cascão", também é um cadáver, porém, pertencente a parte Etérea do plano Físico. Difere do "invólucro", por não vaguear daqui para ali, e sim, por manter-se a pouca distância do Corpo Físico em decomposição - É o fantasma dos cemitérios. Está categoria, também, é desprovida, completamente, de inteligência e de consciência. A sua utilização é uma das formas mais "Horríveis na Magia Negra".
    4. ESSÊNCIA ELEMENTAL: É massa que permanece nos planos evolutivos e que pertencente a nossa evolução, reage aos pensamentos humanos. Existe uma outra espécie de "Essência Elemental", em Umbanda, se faz através de cerimonial mágico, por "Entidade Espiritual" evocada para tal, ou pelo "Mago".
    5. ESPÍRITO GRUPO: Os minerais, as plantas e os animais não tem espíritos individualizados e, sim, coletivos cuja sede é o plano "Mental". Estes Entes, pouco a pouco ganham a sua individualidade. Basta observar o grau de evolução que separa um animal selvagem de um doméstico.
    6. ESPÍRITOS DA NATUREZA - ELEMENTARES: São Entidades Espirituais que muito diferem das demais, pois nunca foram, nem são, nem hão de ser membros de uma humanidade como a nossa, por terem evolução completamente diversa . Somos apenas companheiros evolutivos no mesmo planeta Terra. Estas Entidades são mais evolutivas que a "Essência Elemental", mas guardam entre si, a sua classificação primária, que é septenária, como tudo no Cosmos. Classificam-se em "Sete Classes" que ocupam os mesmos "Sete Estados" coesivos da "Matéria", e que são: Os Espíritos da Terra; Os Espíritos d'Água; Os Espíritos do Ar; Os Espíritos do Fogo; Os Espíritos dos três Estados Etéreos. São Entidades Astrais e algumas Etéreas, com inteligência, que habitam e funcionam em cada um desses meios . O Umbandista pode e sabe utilizar os seus "Serviços", mas com parcimônia e muito conhecimento de causa. Nota: Como aviso de prudência, não se deve evocar tais Entidades, através de promessas, em troca de algo material, ou, ainda, o que é pior, utilizando influência que lhes obriguem "Obediência". Muita "Calma e Conhecimento" no trato com "Elementares".
    7. Orixá ( Òrìsà): É o "Deva" do Hindu, o Anjo Ocidental. É a classe de Entidades Espirituais de Maior Evolução que tem contato com a Terra . Apesar de sua relação conosco, não estão confinados nos seus limites, porque o conjunto dos Sete Universos que constituem a nossa cadeia planetária, é o campo evolutivo daqueles de maior elevação. Nunca encarnaram como nós, e o processo evolutivo é bem diverso do nosso . Foram uma grande hierarquia espiritual, desde os que militam no plano físico ( etéreo), astral e mental do nosso planeta, até os grandes Orixás Cósmicos, regentes de Universo . E, então, estaremos na presença do "Único Orixá - Olorun". Entretanto, embora pertençam a uma cadeia evolutiva mais elevada que a da Humanidade, não quer dizer que não haja Orixás menos evoluídos que certos Entes Humanos.
    8. ENTIDADES ESPIRITUAIS ARTIFICIAIS: Consideram-se como Entidades Espirituais Artificiais, aquelas produzidas pelos pensamentos humanos. A mais levada ação de pensar, faz com que a Essência Elemental se agite . No entanto, se o pensamento é mais intenso a Essência Elemental ganha forma que dependerá do tipo de pensamento emitido, e a sua duração, da intensidade do pensamento.
    Claro está que o pensamento inconsciente, aquele sem rumo certo, já produz pequenas vagas e minúsculas formas, naturalmente no plano que afine. Entretanto, quando o pensamento é dirigido, repetido muitas vezes, estas formas corpo, podendo ser alimentadas pelo seu "Criador", e mesmo aumentadas, já que são produtos de pensamentos conscientes.
    As vezes, formam verdadeiras correntes nos planos onde foram criadas e denominam-se "Noures" ( termo de Ubaldi).
    Ao conjunto de pensamentos de um recinto, é o que se denomina EGRÉGORA.
    Por vezes, um espírito de natureza, um elementar, os anima agindo como um Ente Inteligente. As ondas de pensamentos, a forma pensamento ou forma vitalizada por elementar e a Egrégora, são utilizadas na Umbanda seguidamente.
    É de bom alvitre, para com os Espíritos da Natureza, o "Profundo Conhecimento de Parte do Umbandista", no seu manejo, para evitar males muito comuns provocados por neófitos e imitadores de rituais.
    Assim, a Umbanda, esotéricamente, é a Egrégora do Planeta. É, pois, "O CONJUNTO DOS PENSAMENTOS EMITIDOS PELA HUMANIDADE ATRAVÉS DO TEMPO".

AS LINHAS DE UMBANDA


O estudo das Linhas de Umbanda, é deveras complexo e extremamente importante para a "CONSOLIDAÇÃO DA UMBANDA", e não dogmatização, pois a Umbanda não tem "Dogmas"e sim "Fundamentos Evolutivos". Alguém já disse : "A UMBANDA MUITO SE DÁ OU TUDO SE LHE TIRA". Eis, pois, a primeira dificuldade que parte de sua origem universal ou brasileira. A segunda, prende-se ao seu trino aspecto de filosofia, ciência e religião e a concordância destes aspectos na unidade de LINHAS. Desde logo, devemos preterir aqueles que formulam arranjos hipotéticos fora da razão, da lógica e do conhecimento. Destas premissas, brota a compreensão que haverá muitas "Linhas"que vão depender de seu apoio conceitual, tomados em conjunto ou separadamente. Desta forma, nascem as chamadas "LINHAS PRÁTICAS DEVOCIONAIS, DE CABÔCLOS, AFRICANAS, DE SANTO CATÓLICO, DE ORIXÁ, MITOLÓGICAS OU HISTÓRICO- MITOLÓGICOS, ESOTÉRICAS ORIENTAIS OU OCIDENTAIS, DE "QUIMBANDA", etc...
  • LINHAS PRÁTICAS OU DEVOCIONAIS

    Quando se situa a Umbanda como, religião independente de suas origens, ressalta ao observador, seu sincretismo e suas fazes ecléticas. Assim, a Umbanda seria formada por fragmentos de cultos religiosos, onde, aqui e ali há a predominância deste ou aquele, por formação ou escolha eclética. Estas "Linhas"são constituídas, por agrupamentos de regras ditadas por "Chefe de Cultos" ou por "Entidades Espirituais" responsáveis por eles. Daí, haver tantas "Linhas" quantas forem as idealizações ou necessidades, ambientais das reuniões. As "Linhas Práticas Devocionais" são livres. Cada Chefe, possivelmente cria a sua "Linha". Nelas podem ser enquadradas as de "Caboclos", as de "Africanismo" ou de "Pretos Velhos", as de "Santos Católicos", as de "Orixás"e, assim, nada mais são do que "Sistemas de Trabalhos". Sobre estas modalidades de reuniões, nada há a criticar. Somente, somos de parecer que não constituem "LINHAS DE UMBANDA". São "SISTEMAS DE TRABALHO". Cada um realiza dentro seu "RITMO", de, "PROCESSO ESPIRITUAL", ou na dependência da "COLETIVIDADE" que comanda ou pertence, sua maneira de trabalho.
  • LINHAS HISTÓRICO - MITOLÓGICAS

    A filosofia da história, a história, a "Cosmogonia"e a comparação dos "Mitos dos Povos", trazem novas concepção de agregamento que vão constituir as "LINHAS DE UMBANDA HISTÓRICO-MITOLÓGICAS". Enquanto que as "LINHAS PRÁTICAS" ou "DEVOCIONAIS" são formuladas sem regras fixas e variáveis no tempo, as "LINHAS HISTÓRICO-MITOLÓGICAS" tem método distinto, pois seguem a conjuntos de conjuntos de conceitos universais em comparação lógica. Estas, naturalmente entram em choque com as primeiras, pois e de probabilidade mínima coincidirem: "vontade de acertar com cronologia histórica e crônica mitológica".
  • LINHAS DE QUIMBANDA

    Na estrutura interna, a quimbanda e a umbanda são muito parecidas, sendo que a quimbanda conservou o aspecto mais original da religião africana e voltou-se mais para os mitos de terror dos folclores pagão e ameríndio. A quimbanda também não procurou adaptar-se à mitologia do catolicismo, como o candomblé.A natureza específica da quimbanda é muito ambígua, pois há casos de prática de quimbanda em terreiros de umbanda, por pequenos grupos.
    Os quimbandeiros têm como ponto principal de seu culto a invocação de Exus que na Quimbanda são considerados espíritos das trevas, uns já em estado de evolução, e outros, denominados quiumbas, espíritos atrasadíssimos e que por isso também são chamados obsessores.
  • LINHAS ESOTÉRICAS

    As Linhas Esotéricas, ou mais precisamente, Linhas Esotérica Oriental, têm por base a constituição planetária: Sol, Mercúrio. Vênus, Júpiter, Marte, Saturno e Lua, onde estes planetas não são "Santos", "Entidades" ou "Orixás", ou não foram classificados como tais. Senão vejamos:
    1. Não há matéria sem Espírito que a anime;
    2. A Filosofia Oriental afirma a existência de "Raios"de personalidades encarnantes, os "Temperamentos";
    3. A Cabala dos Hebreus nos ensina que os planetas representam as forças físicas de seus "Anjos", e que os "Sete Planetas"são símbolos hieroglíficos de nossas afeições.
    Portanto, se pode estabelecer uma correspondência "Básica entre Orixá, Planeta e Raios"- Temperamentos.
    O Búzio dá o Orixá.
    A Astrologia dá o Ascendente.
    O Esoterismo Oriental dá o Raio.
    Será uma mesma cousa ? Quem sabe o "Prisma"é o mesmo e vamos cores diversas da mesma "Luz Branca".
  • LINHA MÁGICA

    A Umbanda também é magia, por isso, melhor seria dizer "Linha Mágica de Umbanda", linhas traçadas pelo raciocínio, através do Saber que é a "Magia da Ciência", com os recursos da "Metafísica", da "Tradição", da "História", das "Mitologias dos Povos"e das "Cosmogonias Religiosas", e que se originam do "Uno", "Olorun", na sua restrição astrológica. Como Hermes : "Assim como é em cima é em baixo". Como Olorun é Uno, Trino e Septenário, assim, também, o nosso Universo, o Sistema Solar é Uno, Trino e Septenário. OBATALÁ, o Orixá-Deus, é o Uno do nosso Sistema, cujo domínio é de todos os planos com permanência no primeiro, o "Ádico"o "Plano Divino", e constitui-se nos aspectos: Oxalá - Xangô - Oxu, que por desdobramento, chegam até nós, por formação no Septenário constituindo os "Sete Orixás Criadores", pertencentes aos Planos Nirvánico e Búdico, e que são, "As Sete Linhas Mágicas da Umbanda": OXALÁ - XANGÔ - YEMONJÁ - IBEJI - OGUM - OKÊ - OXUM, que formam no "Plano Mental Superior", o "Casual", as "Doze Hierarquias Criadoras", até chegarem aos "Planos Astral e Físico- Etéreo", onde se passam os fatos comuns da umbanda.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A Importância da responsabilidade Mediúnica

Hoje a Umbanda já completou um século de existência e muito já foi feito, pela Umbanda e pelos Umbandistas, mas há muito mais a se fazer.


No meu ponto de vista entendo que um das principais coisas a ter uma atenção especial é a responsabilidade mediúnica. O que seria responsabilidade mediúnica?

O médium deve entender que ele deve ser o exemplo de tudo que ensina a religião em todos os sentidos, tais como: de respeito, reverência, humildade, humanismo, paciência, fé, amor, caráter, perseverança, honestidade, enfim o que podemos colocar como virtudes, porque o médium é a primeira impressão do
terreiro e também é o principal elo entre o plano material com o espiritual.

E um médium responsável, é a certeza que este canal estará límpido e com isso passa para as pessoas que vierem se consultar a confiança em permitir que o Guia espiritual possam auxiliá-la em suas necessidades de
acordo com o merecimento delas. 

Com essa atitude cada médium estará fazendo um trabalho extremamente importante não só para ele como para a religião, porque auxiliará a desmistificar a confusão que reinante ainda hoje sobre o plano espiritual.

Onde muitos Terreiros trabalham incessantemente para mostrar a verdadeira, pura e simples Religião Umbandista como ela foi aberta e fundada no plano material através de Pai Zélio Fernandino de Moraes, onde o caboclo das Sete Encruzilhadas nos passou a base que iria sustentar a religião: “Com os mais evoluídos aprenderemos e os mais atrasados ensinaremos e a ninguém renegaremos”.

Esta é a Umbanda da caridade, amor, fé, conhecimento e fundamentos. E para que ela seja conhecida desta forma é necessário o auxílio de todos e mostrar que, se ela foi pensada por espíritos de altíssima elevação,
não seria de maneira alguma com o propósito de fazer mal para os seus semelhantes de maneira alguma e sim de acolher e ajudar milhares de pessoas que necessitam de ajuda e conforto espiritual. Além disso, para
desmistificar essa idéia de que após a morte nada acontece.

Na verdade nada muda e tudo continua a acontecer em outro plano: se você é feliz vai continuar sendo e se você é infeliz continuará infeliz. E com tantas pessoas em sofrimento de diversas naturezas cada vez mais se torna fundamental que os médium estejam bem preparados para que através deles(e por seus Guias espirituais) estes corações sejam confortados e amparados para que possam continuar sua caminhada de aprendizado de forma confiante e honrosa. Então eu agradeço a atenção de todos que usaram de seu tempo para ler essa minha opinião e clamo a todos os meus irmãos para que, se já se esforçam, se esforcem ainda mais para benefício próprio e de sua própria lapidação, auxiliando com responsabilidade o seu semelhante. Pense sempre como se fosse você a pessoa que ira se consultar, e se você se consultaria com você mesmo. Se sim, você está no caminho certo.

São Paulo, 01 de Janeiro de 2011.
Edição: 04
pág. 16
Por: Thiago Sabino Bertozzi

Impressões de um iniciante

Sentados nas fileiras dos consulentes, olhamos para dentro do congá e vemos nestes médiuns a espiritualização que almejamos.

São como que mensageiros, verdadeiros anjos, seres especiais, com uma grande missão: amparar e ajudar a humanidade! Por estar próximo a estes seres humanos diferentes sentimos a grande aura do espírito que se comunica, e um facho da essência de DEUS. Médiuns de UMBANDA e suas entidades, para quem olha de fora são médicos de DEUS, com poder de abrandar nossas dores físicas e curar os males do corpo. São advogados dos CÉUS, com missão de fazer a justiça de que necessitamos. São senhores da MAGIA capazes de transformar pó em ouro, escriturários em doutores, auxiliares em chefes, indiferença em AMOR, ignorância em SABER. É ISTO MESMO?

Sentado nas fileiras dos consulentes, é isto mesmo! Após adentrar para a corrente mediúnica observo como os médiuns de UMBANDA são pessoas comuns, com profissões comuns, com vida comum, pensamentos comuns. E em alguns casos me decepciono por que alguns guardam mágoas, são vingativos, fofoqueiros, maledicentes, orgulhosos,vaidosos, e indiferentes ao que acontece no astral. Como entender isto? Em pessoas especiais, médiuns que acoplam em seus corpos seres divinos, como entender que os conselhos, a sabedoria, a
determinação e a coragem de seus guias não transformem seus mentais, não toque em seus corações, como entender isto?

Não espere resposta a este conflito nas próximas linhas, pois eu não entendo! Mas, refletindo sobre isto, um destes enviados divinos assopra aos meus ouvidos: Lembra-se do que é merecimento, liberdade de escolha, dívidas passadas, carmas e justiça divina? Lembra-se filho?

Conforme vamos seguindo neste caminho escolhido, o “caminho espiritual”, começamos a entender algumas das máximas Umbandistas de uma maneira intima: umbanda é a escola da vida, acolher a todos e a nenhum virar as costas, aprender com quem saiba mais ensinar a quem saiba menos.

Dentro do terreiro é o melhor lugar para exercitar a tolerância, aceitar as diferenças, propagar o perdão,respeitar os diferentes níveis de cada um, seja social, cultural, moral ou evolutivo. É o lugar certo para se aprender que a justiça divina existe e a esta justiça não se contesta, se aceita, pois desconhecemos os direitos e deveres de cada um perante DEUS.E justiça não é aquilo que nos favorece, justiça é algo de DEUS para com todos.

O caminho espiritual é um caminho solitário onde alguns são tocados e outros não, mas todos estão no caminho e em algum momento nesta caminhada, em diferentes épocas e estágios, todos deveram ser tocados pelo respeito às diferenças e pela aceitação das mesmas. Além da resignada lição de todos os dias que a escola da vida nos ensina .

terça-feira, 26 de julho de 2011

Caridade na umbanda


É de uso da maioria dos Umbandistas a prerrogativa de praticarem a caridade, inclusive quem é da assistência também tem esse conceito firmado. Claro que por caridade entende-se que o atendimento (tratamento) feito na Umbanda é totalmente gratuito, isto é indiscutível.

O médium no seu dia de trabalho espiritual deixa de fazer suas atividades pessoais e troca pelo trabalho mediúnico. (para a maioria dos médiuns isso é caridade!) Será que é caridade mesmo? O indivíduo é portador de mediunidade, mas também na maioria de seu tempo realiza atividades profanas, tais como trabalho, estudo, relacionamento conjugal, etc. 

O campo mediúnico desse indivíduo vai se sobrecarregando durante a semana, e é justamente no dia do trabalho espiritual que ele irá se descarregar! Na grande maioria dos dias que chegamos ao Terreiro, estamos cansados, com sono, pesados, mas ao desenrolar da Gira, tudo fica bem, os Guias chegam dão passe (orientações). O trabalho se encerra, a sensação de leveza é tão grande! Nossos pensamentos já são outros, estamos motivados pra mais uma semana. Será que nós médiuns de Umbanda praticamos a caridade ou somos os mais privilegiados que temos a oportunidade de poder entrar em contato mais diretamente com os Guias e Orixás?

Enviado por: Maurício Perine

Refletindo sobre a umbanda

A Umbanda nos leva a seguir um longo caminho que nos propomos percorrer com objetivos focados no nosso aprendizado e em conseqüência na nossa evolução espiritual.

Caminho pedregoso, pois, somos constantemente criticados, ridicularizados pelos leigos aos fundamentos da nossa religião que de posse do nosso livre arbítrio, optamos por estudar e seguir. Isto nos faz lembrar de nosso Mestre Jesus: “Felizes sereis, quando sofreres calunias e perseguições por causa do meu nome, pois grande será a vossa recompensa no céu”.

Quantas vezes, os Guias, não têm os seus gestos copiados e ridicularizados, pela mídia, nem por isto, eles deixam de continuar o seu trabalho, entendendo a ignorância daqueles que assim agem e se eles que são os verdadeiros ofendidos não se sentem ofendidos, imagine nós, que somos apenas seus “instrumentos”.

Nas outras religiões, seus seguidores têm nas orações, um escudo, oram e confiam aos céus os resultados dos seus pedidos; na Umbanda, nós queremos: orar agindo, confiar lutando e aguardar vencendo os desafios no auxílio aos nossos semelhantes e com isto nos arriscamos e precisamos estar atento às emboscadas.

Mais, por incrível que pareça, tudo isto nos dá uma motivação... sentimos que realmente somos, “Os Soldados de Aruanda, Anciões vós que atravessais as muralhas do conhecimento para alcançar a sabedoria sagrada, Que vossas luzes vivas e divinas transmutadoras e estabilizadoras, transformem nossos sentimentos íntimos negativos e nos conduzam aos caminhos evolutivos que sublimarão nossa alma imortal e nos livrarão de quedas profundas, Que vossas palavras sábias ressonem em nossa mente como um estimulador à mudança, a uma nova construção de compreensão da Criação Divina, vós servos incansáveis do Divino Criador, nos lavem em vossas águas de benesses e retirem as amarras de nossos olhos viciados, para que
possamos enxergar além das aparências, além das roupagens e assim possamos nos encantar com a centelha viva e divina que vibra em tudo criado pelo Criador de tudo e de todos, Amados e amadas manifestadoras do Mistério Ancião, curem nosso espírito de angustias, tormentos, doenças e negativismos, nos abençoem com vosso toque sagrado, de mãos delicadas e marcadas pelo tempo, pela maturidade do viver , peguem em nossas mãos e nos conduzam rumo ao Divino Criador, para que, Nele sejamos Um, e que vivamos Nele, hoje e sempre, com vossa benção vovôs e vovós.

Que o Mistério Ancião nos guie e nos ampare! 
Amém.


Enviado por: Rafael Martins Marcondes

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O "passe espírita" e o "passe umbandista"

Por: Alexandre Cumino


“A um médium é solicitado que conheça o mínimo indispensável para que possa realizar as práticas de Umbanda e seus rituais. Também é exigido que estude um pouco, porque só assim, entenderá tudo o que acontece dentro de um templo de Umbanda durante a realização das giras de trabalho.” Rubens Saraceni1

A palavra “passe” tem origem no Espiritismo, codificado por Allan Kardec, e traz a idéia de “passar” ou “transmitir” algo a alguém. A doutrina codificada por Kardec tem base cristã e encontra no Evangelho as muitas passagens em que Jesus cura as pessoas e “expulsa” espíritos indesejados por meio da imposição de mãos. Algo que vamos encontrar em muitas outras culturas como a egípcia, a grega, a celta, a chinesa, a indiana ou em tradições indígenas e xamãnicas. Estudiosos do passado e do presente se debruçam sobre os fundamentos científicos das técnicas de “passe magnético”, desde Hermes Trimegistro, Fo-Hi, Asclépio, Pitágoras, Hipócrates, Paracelso, Van Helmont, Mesmer, Du Potet e outros.

Na obra de Allan Kardec vamos encontrar (A Gênese, Cap. XIV, 1:14, 15 e 18) a descrição dos “Fluidos” e sua manipulação:

Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não os manipulando como os homens manipulam os gases, mas por meio do pensamento e da vontade. O pensamento e a vontade são para os Espíritos o que a mão é para os homens...

Pode-se dizer, sem receio de errar, que há nesses fluidos, ondas e raios de pensamentos, que se cruzam sem se confundirem, como há no ar ondas e raios sonoros...

O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais como o dos desencarnados; transmite-se de Espírito a Espírito pelo mesmo veículo, e, conforme sua boa ou má qualidade, saneia ou vicia os fluidos circundantes...

No “Passe Espírita” o médium manipula estes fluidos por meio de técnicas que foram se desenvolvendo com o tempo. Aqui no Brasil devemos, principalmente, a Bezerra de Menezes e Edgard Armond, o método já consagrado e largamente utilizado em boa parte dos “Centros Espíritas”. A padronização dos passes e outras práticas doutrinárias... foram providências adotadas na Federação Espírita dos Estado de São Paulo para efetivar a unidade das práticas espíritas, assunto de alta relevância, levado ao Congresso de Unificação realizado em 1947 nesta Capital. Estas são as palavras que “prefaciam” o título Passes e Radiações: Métodos Espíritas de Cura de autoria de Edgard Armond, 1950. Podemos dizer que o conteúdo deste livro norteou e norteia até hoje o método e técnicas utilizadas no Espiritismo Brasileiro, em que o “Passe
Magnético” subdivide-se por categorias como P1, P2, P3, P4. Além do Passe de Limpeza e da Auto Cura. A realização destes passes é feita por qualquer pessoa de boa vontade que tenha estudado o método, para algumas situações, no entanto é necessário certa sensibilidade ou Don mediúnico. A maioria dos métodos é explicada por uma corrente de energia/magnetismo e fluidos que estabelecem um circuito de forças entre “operador passista” e consulente (assistido). Dentro do processo são definidos alguns conceitos como a polaridade das mãos (direita = positiva, Rubens Saraceni. Código de Umbanda. São Paulo: Ed. Madras, 2006. P.79 esquerda = negativa) e os centros de força, denominados de chacras por influência oriental, assim como a importância de um conhecimento básico sobre a fisiologia do corpo material e espiritual.

“Quando o Espírito é de elevada categoria, possui grande poder curativo, muito diferente e
muito melhor que o que possui o magnetizador encarnado.” Edgard Armond2

O “Passe Umbandista” não é apenas um “passe magnético” ou material e sim um “Passe Espiritual”, aplicado por um espírito. Assim como Edgard Armond classificou diferentes métodos de aplicação do Passe Magnético para diferentes necessidades, também os espíritos que se manifestam na Umbanda aplicam métodos variados de acordo com a necessidade de cada consulente, dentro dos variados recursos que cada espírito guia entidade/mentor, possui. Sem esquecer que cada um recebe na medida de seu merecimento e afinidade, podendo um encarnado bloquear uma ação positiva direcionada a ele mesmo como conseqüência de sua postura mental. Pois muitos merecem, mas não estão abertos emocionalmente ou psicologicamente para receber o que a espiritualidade lhe oferece, por vários motivos como descrença, irritação, mentalidade critica e posturas interesseiras desfocadas de um objetivo espiritual.

O “Passe Umbandista”, para além de “Passe Espiritual”, pode ser definido como a aplicação de um conjunto de técnicas mágico-religiosas, além de explorar todos os recursos possíveis de imposição de mãos, utiliza elementos e técnicas variadas e até inusitadas. 

“Porém, enquanto nos centros espíritas usa-se o passe magnético, nos centros de Umbanda também se recorre aos passes energéticos, quando são usados diversos materiais (fumo, água, ervas, pedras ou colares, etc.) que descarregam os acúmulos negativos alojados nesses campos eletro-magnéticos... Nem sempre o que parece folclore ou exibicionismo realmente o é. Se os mentores dos médiuns de Umbanda exigem determinados colares de pedras, eles sabem para que servem e dominam seu magnetismo, assim como as energias minerais cristalinas irradiadas pelas pedras. Ervas e fumo, quando potencializadas com energias etéreas pelos mentores, também se tornam poderosos limpadores de campos eletromagnéticos.”3

A finalidade é de alcançar maior êxito de acordo com as necessidades, o merecimento e os recursos disponíveis. Cada entidade tem a liberdade de aplicar a técnica que lhe aprouver, desde que dentro dos limites de ética, bom senso e respeito. Embora haja um conjunto de métodos e recursos característicos da Umbanda. Muitas entidades, em especial os pretos velhos, por exemplo, realizam o benzimento, que se distingue do “Passe Magnético”, por empregar uma ação mais relacionada ao poder do verbo, elementos e simbologia, considerada “Magia Popular”. 

Também é possível identificar métodos complexos de Magia Riscada (Magia de Pemba), abrindo espaços mágicos (Pontos Riscados) que muitas vezes lembram Mandalas do Hinduismo ou mesmo Fórmulas Cabalisticas da Real Arte Simbólica e Mística Hebraica entre outras práticas de Ocultismo e Hermetismo. Entre os elementos mais utilizados podemos identificar velas, água, óleo, pedras, essências, fumo, ervas, tecidos, ponteiros e a citada pemba (giz utilizado para traçar símbolos), dentro de um ambiente de terreiro, mágico-religioso por natureza. Nos métodos se observam rezas, orações, preces, evocações, invocações, determinações e fórmulas mágico- religiosas associadas a banhos, defumações, oferendas e outros.

Todos estes recursos estão mais ou menos associados ao “Passe Umbandista”, no qual se cria um ambiente de Som, Cores, Aromas e Luzes, capaz de inebriar de forma positiva todos os cinco sentidos do consulente a fim de conduzi-lo a certo estado de consciência desejado.  

Durante o “Passe Umbandista” observamos a entidade espiritual fazer a imposição de mãos, segurar velas direcionadas aos chakras ou traçando movimentos no ar, colocam colares (guias) no pescoço do consulente ou o colocam dentro da mesma em circulo no chão. Atiram ponteiros em pontos riscados, fazem gestos rituais e movimentos com os pés e mãos que nos faz crer na “Magia Gestual”. Em meio a tantos recursos, que nos encantam e fascinam, nos chama a atenção, em especial, o estalar de dedos, bem característico em quase todas as linhas de trabalho. Muitas pesquisas e especulações já foram realizadas sobre esta prática, entre elas são identificadas as energias que existem na ponta de cada um dos dedos da mão, que são pequenos chakras ou vórtices de energia (“chacrinhas”), e, o “choque” vibratório desencadeado no ar quando o dedo médio estala sobre a região da mão chamada de “monte de Vênus”, causando vibração astral e sonora o que desperta certa energia dentro do campo em que está atuando. Este “Estalar de Energias” pode assumir contextos vaiados de acordo com o que esteja associado, por meio do pensamento ou movimentos. Além deste contexto pode-se usar o estalar de dedos como um simples gesto de descarregar as energias absorvidas pelas palmas das mãos.

Um caboclo ou outro espírito guia eleva sua mão ao alto (ou ao lado) buscando certa energia que será irradiada ao consulente, num movimento rápido, ao mesmo tempo em que transmite esta energia positiva, retira os eflúvios negativos e os “descarrega” com um estalar de dedos. Os movimentos longitudinais, transversais e circulares também foram descritos na obra de Edgard Armond, em que: Os passes longitudinais movimentam os fluidos, os transversais os dispersam e os circulares e as imposições de mãos os concentram, o mesmo sucedendo com o sopro quente. Este último merecendo ainda um estudo à parte.

No entanto pode-se associar procedimentos mais ou menos magísticos com os mesmos, ou seja, a relação entre estalos e números com o poder de realização que cada um deles possui, aplicando-se seqüências de estalos que podem variar, por exemplo, de 2x3,3x3,4x3 ou ainda estalos que desenham formas geométricas no ar. Lembrando que a aplicação de símbolos associados a idéias e intenções, com suas respectivas invocações é a mais explicita “magia simbólica”, encontrada nas mais variadas culturas. Assim seqüências de estalos “desenham” no ar, cruzes, estrelas e círculos; firmando ou estabelecendo pontos e espaços vibratórios, aos quais podem ter função nesta realidade ou abrir portais para outras realidades.

Muito mais poderíamos escrever sobre o “Passe Umbandista” e seus recursos, no entanto não pretendemos em um único artigo esgotar o que é inesgotável. Fica aqui um comentário final sobre a importância do estudo, não para complicar o que é realizado de forma tão simples por nossos guias de Umbanda, mas com a finalidade de compreendermos o que eles realizam, com a consciência de que eles sim estudam e estudaram muito para realizar este trabalho espiritual. Não estudamos por um movimento do Ego ou para substituir a presença dos mesmos, mas para lhes oferecer maiores recursos psíquicos, espirituais e materiais. Estudamos para ver o quanto somos ainda “neófitos” (aprendizes) nesta senda, em que Caboclo (a), Preto Velho (a), Baiano (a), Boiadeiro (a), Marinheiro (a), Cigano (a), Exu e Pomba Gira são nossos Mestres.



Texto retirado do Jornal de Umbanda
São Paulo, 15 de Novembro de 2010.
Edição: 01
pág. 3